quarta-feira, 1 de junho de 2011

5° fichamento da gincana genética


GENÉTICA DO DESENVOLVIMENTO E EVOLUÇÃO DOS GRANDES GRUPOS DE ANIMAIS

HARTFELDER, Klaus. GENÉTICA DO DESENVOLVIMENTO E EVOLUÇÃO DOS GRANDES GRUPOS DE ANIMAIS. Departamento de Biologia Celular e Molecular e Bioagentes Patogênico, Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, www.sgb.org.br, v.01, n.02, p.93-100, 2006.

“A compreensão dos processos e mecanismos macroevolutivos que levaram ao surgimento dos grandes grupos de organismos multicelulares fica difícil quando vista como mera extensão de processos microevolutivos. Muitos destes problemas foram resolvidos nas últimas décadas com os avanços das pesquisas em Biologia e Genética do Desenvolvimento. A análise de diferentes genes reguladores na embriogênese de Drosophila melanogaster e de camundongos mostrou grande número de genes homólogos, não apenas pela sua similaridade na seqüência de nucleotídeos, mas também na sua função. Muitos destes genes, como os genes Hox, são genes reguladores-mestres que integram complexas redes gênicas.” (p.93)

“O primeiro passo no desenvolvimento embrionário, após a formação do zigoto, é a sua subdivisão por mitoses rápidas em um processo denominado clivagem. Estas divisões mitóticas têm como resultado uma blástula, que é aproximadamente do tamanho do óvulo, pois as divisões de clivagem ocorrem sem crescimento das respectivas células, os blastômeros, quando a blástula atinge um número alto de células (geralmente entre 500 e 5.000) e formou-se um espaço oco no seu interior, a blastocele. Neste momento, algumas células posicionadas em regiões específicas da blástula deslocam-se da camada externa e começam a ingressar na blastocele. Através deste processo, denominado gastrulação, formam-se os três folhetos embrionários, o ectoderma (que gerará a epiderme e sistema nervoso), o mesoderma (a futura musculatura, sistema cardiovascular e sistema urogenital) e o endoderma (futuro trato gastro-intestinal). A maioria dos metazoários tem três folhetos embrionários, sendo portanto denominados triblásticos, o que os distingue dos grupos mais primitivos dos metazoários, as esponjas e cnidários que são diblásticos, isto é, sem mesoderma (a questão do mesoderma, em relação aos cnidários, está atualmente em discussão).” (p.94)

“(...)O rastreamento extenso para genes reguladores de processos do desenvolvimento embrionário foi realizado através da saturação dos seus cromossomos por mutações induzidas, seguida pela análise em milhares de embriões dos fenótipos resultantes. Uma vez mapeados, os respectivos genes e as suas regiões reguladoras podiam ser seqüenciados. Desta forma conseguiu-se distinguir duas grandes classes de genes, a primeira correspondente aos genes codificadores de fatores maternos e, a segunda, aos genes zigóticos.” (p.95)

“Pode-se concluir que, quando considerado do ponto de vista de regulação gênica, a aparentemente grande diferença entre macro- e microevolução simplesmente desaparece. A grande contribuição da genética do desenvolvimento para a biologia evolutiva portanto foi a de permitir explicações contundentes sobre a macroevolução de estruturas e dos grandes grupos de animais e plantas.” (p.100)

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