Câncer: uma doença genética
GUEMBAROVSKI, R. L; CÓLUS, I. M. S. Câncer: uma doença genética. Departamento de Biologia Geral – CCB, Universidade Estadual de Londrina, Genética Na Escola, v.03, n.01, p.4-7, 2008.
Câncer trata-se de várias diferentes doenças heterogêneas que surgem a partir de alterações essenciais na fisiologia da célula, contribuindo para o crescimento dos tumores malignos, os quais junto com as doenças do aparelho circulatório são responsáveis por um número cada vez maior de óbitos.
Os fatores ambientais são muito importantes para se falar da etiologia do câncer, visto que os carcinógenos químicos e físicos, agentes infecciosos e o estilo de vida do indivíduo correspondem aos principais fatores para o surgimento dos tumores malignos.
O câncer é uma doença genética, pois ocorrem alterações no DNA da célula, porém não é necessariamente uma doença hereditária. É de origem somática, em sua maioria, mas nos casos de CA hereditário as mutações germinativas estão diretamente associadas à predisposição familial, estes correspondem a 5% a 10% do número total e são provenientes de mutações na linhagem germinativa. O câncer também é uma doença cuja iniciação e progressão envolvem os passos nos quais o DNA acumula uma série de mutações (alterações de seqüência, perdas, ganhos e rearranjos cromossômicos), resultando do crescimento de sucessivas populações celulares nas quais as mutações se acumulam um processo denominado de expansão monoclonal.
Dos genes do câncer temos os proto-oncogenes que são genes celulares normais que atuam estimulando o crescimento e a diferenciação celular. Induzem ou mantém a transformação celular em animais experimentais ou em culturas de células. Podem tornar-se oncogenes por meio de mutações resultantes da exposição aos agentes carcinogênicos físicos, químicos ou biológicos. São ativados por meio de translocações cromossômicas, amplificações gênicas ou mutações de ponto. Os oncogenes levam a uma ploriferação celular anormal e resulta no tumor. Além desses temos também os genes supressores de tumor que atuam como freios da ploriferação celular. As mutações que levam à perda das funções por esse gene reguladas podem contribuir para o desenvolvimento de um tumor, onde alterações inativadoras liberariam a célula da inibição imposta levando à proliferação desordenada, característica das células cancerosas.
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