Cárie dentária no Brasil: declínio, polarização, iniqüidade e exclusão social
NARVAI, P. C; FRAZÃO, P; RONCALLI, A. G; ANTUNES, J. L. F. Cárie dentária no Brasil: declínio, polarização, iniqüidade e exclusão social. Rev Panam Salud Publica, v.19, n.6, p.385–393, 2006.
“Na maioria dos países desenvolvidos, a prevalência da cárie apresentou uma tendência de declínio nas três últimas décadas do século XX e no início do século XXI (1, 2).” (p.385)
“As análises de tendências, considerando, por exemplo, a população total de um determinado país, são de grande valor, pois produzem subsídios úteis ao planejamento e à tomada de decisão em saúde. A comparação das tendências de cárie dentária observadas em cada país permite explorar conexões entre as taxas de ocorrência dessa doença ao longo do tempo e aspectos mais gerais, ligados à industrialização, ao desenvolvimento humano e às políticas nacionais de saúde bucal (8).” (p.386)
“Neste artigo, foram utilizados dados secundários, produzidos no período de 1980 a 2003, provenientes de estudos que utilizaram como instrumento de medida o número de dentes permanentes cariados, perdidos e restaurados (CPOD) (12). A experiência de cárie em dentes permanentes de escolares brasileiros foi identificada na idadeíndice de 12 anos, de acordo com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) (12).” (p.386)
“O declínio na prevalência e na severidade da cárie dentária tem sido relatado nos diferentes países americanos. Beltrán-Aguilar et al. (23) analisaram dados relativos às Américas, abrangendo o período de 1970 a 1990, e concluíram que houve declínio no período. Bönecker e Cleaton-Jones (24), enfocando a situação da cárie na América Latina e no Caribe nas três últimas décadas do século XX, relataram uma tendência de diminuição na prevalência e severidade da doença, com menor força de declínio nos últimos 10 anos.” (p. 388)
“A redução dos valores do CPOD tem sido atribuída à expansão da fluoração das águas de abastecimento público (sobretudo no Sul e Sudeste), à introdução de dentifrícios fluorados no mercado (com maior impacto relativo nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste) e à mudança de enfoque nos programas de odontologia em saúde pública em todas as regiões do país (30). A efetividade da fluoração das águas no declínio da cárie é um fato amplamente aceito, tanto por especialistas em saúde pública quantopela comunidade odontológica, no Brasil e em nível internacional (29, 31).” (p.389-390)
“(...)a fluoração da água beneficia indiretamente outras comunidades,uma vez que o flúor é também veiculado nos alimentos e bebidas produzidos nas localidades fluoradas.” (p.390)
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